O que The Order: 1886 poderia ter sido

Um dos primeiros exclusivos do PlayStation 4, lançado em fevereiro de 2015, The Order: 1886 prometia ser grandioso, mas infelizmente não foi.

O jogo sofreu com muitas críticas negativas e recebeu a fama de “filme interativo da Sony”, mas, apesar de tudo isso, eu gostei bastante do jogo.

O game impressiona pelos gráficos impecáveis e seu combate é bem fluido e funciona muito bem, a história é bem interessante, mas infelizmente o jogo é curto demais e parece que não sabe muito bem o que fazer com tudo o que tem nas mãos.

Outra coisa a se destacar é a ambientação do jogo. Estamos numa Londres vitoriana do século XIX que está sofrendo ataques de rebeldes que estão cansados de seu governo opressor e de Licantropos. Você é Sir Galahad e faz parte da Ordem, um grupo fundado há séculos por Rei Arthur com o intuito de lidar com criaturas consideradas hostis. Durante suas aventuras, o rei encontrara uma poção mágica chamada de ‘Blackwater‘ que aumenta a expectativa de vida de quem a consome. O jogo conta com um estilo steampunk e tem ares de ficção científica, as armas usadas pelos membros da ordem são modernas para seu tempo e algumas delas são criação do famoso Nikola Tesla.

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Na época de seu lançamento, muitos clamaram que tudo que The Order fez já havia sido mostrado em algum outro jogo, mas neste game aqui, tudo é bem mais bonito e mais polido, como por exemplo, o combate em si. Por mais que o combate aconteça em 70% do jogo, ele é prazeroso e não chega a ser repetitivo, a movimentação de Galahad na tela é algo muito bonito de se ver, o jeito como ele se move e como o tecido das roupas seguem o movimento é algo louvável.

O mundo construído aqui pelo time da Ready At Dawn é magnífico, mesmo lutando em becos ou em ruas desconhecidas, ou quando vemos os pontos turísticos mais marcantes da cidade, tudo é feito e ambientado com muito cuidado. A luz, as sombras que pairam sob a cidade, trazem um ar de um mundo que realmente está em conflito. Apesar de tudo isso ser feito com louvor em The Order 1886, o jogo peca com a limitação que ele dá ao jogador. Temos esse mundo enorme, muito bem ambientado e bonito, mas não podemos fazer muito com ele. O jogo possui alguns colecionáveis e itens “escondidos” que são bem fáceis de achar até porque o jogo não te dá assim tantos caminhos para seguir. Para fins de comparação, Bioshock, um game de 2007, te apresenta um mundo totalmente novo e te dá a liberdade para explorar a cidade de Rapture, e a recheia de itens e ainda algumas missões secundárias que podem ser realizadas.

Outra coisa que poderia ser muito bem aproveitada seria a interação entre os personagens durante o gameplay e não apenas nas cutscenes. Durante as batalhas, Sir Galahad é acompanhado por dois membros da Ordem, Lady Igraine e Sir Percival, e é só isso mesmo. Eles apenas te acompanham, de vez em quando soltam uma frase ou outra, mas a interação mesmo fica a cargo das cutscenes que aparecem durante o jogo.

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O roteiro de The Order é muito bem executado e os atores executam ótimas atuações em seus papéis, mas ao chegar ao fim do jogo, como os personagens não são tão bem explorados, a emoção que a história tenta te causar não obtém muito sucesso, mas o fim é interessante e o game possui um plot twist inesperado.

Apesar de todas as falhas apontadas, The Order 1886 tem um dos mundos mais interessantes dos videogames e ao concluir o jogo eu fiquei pensando que se o game tivesse a oportunidade de ter pelo menos uma continuação, eles poderiam pensar ainda mais no que fazer para que todo esse universo apresentado no primeiro jogo pudesse ser aproveitado e não apenas servir de paisagem (e que paisagem). O jogo vale a pena ser jogado, ainda mais agora que está com um preço baixo, se puder comprá-lo durante uma das promoções da PSN, o faça. E não, você não precisa jogar os outros 1885 jogos anteriores para entender a história deste.

Escrevi este texto pois fiquei inspirada por este post de um dos meus sites de notícias de games favorito, o Kotaku.

 

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